2, set 2025 | Branding

O branding é a Alma da cultura organizacional

Lendo a Folha de S.Paulo neste final de semana, me deparei com uma matéria sobre a SETIN Incorporadora e sua abordagem de negócios que me chamou a atenção. O título da reportagem, “O cliente vê valor agregado em imóveis com certificado de sustentabilidade”, capturou a essência de algo que discuto frequentemente: como as empresas podem se diferenciar por meio de posicionamento e estratégia de marca. A conversa com o executivo da SETIN é um estudo de caso interessante sobre como uma marca pode ir além do produto físico e construir uma história poderosa que ressoa com o seu público.

A postagem de um dos executivos no LinkedIn reforça essa visão, detalhando como cada empreendimento da SETIN já “nasce com propósito, experiência e identidade”. Em um mercado imobiliário que muitas vezes se baseia apenas em preço e localização, a empresa está construindo uma marca com base em valores que geram conexões emocionais e percebidas como valor agregado.

Em “Posicionamento: A Batalha por Sua Mente”, de Al Ries e Jack Trout, os autores defendem que a comunicação não se trata de criar algo novo, mas de moldar o que já está na mente do cliente. A SETIN usa essa premissa para se posicionar como uma empresa que vende não apenas imóveis, mas propósito, experiência e identidade. Em vez de focar apenas em características técnicas, a marca evoca conceitos como sustentabilidade, design e cultura nacional para criar uma história emocional que é difícil para a concorrência replicar. A linha Alma Brasileira, por exemplo, traduz essa visão, combinando design e sofisticação com responsabilidade ecológica e “memórias afetivas”.

Perspectiva da Piscina Teçá Setin Incorporadora
Imagem meramente ilustrativa do empreendimento Teçá – Alma Brasileira.
A postagem deixa claro que a marca está alinhada às expectativas de clientes que buscam mais do que o ambiente físico. Ao focar na sustentabilidade, a SETIN transforma um conceito em um valor tangível para o cliente.

A identidade de uma marca é a soma de suas partes, e a empresa demonstra uma coerência notável em sua estratégia. Ela não só se concentra em suas certificações de sustentabilidade, mas também se dedica a encontrar soluções eficientes para seus canteiros de obras. Essa abordagem mostra que a empresa busca a inovação e soluções eficientes, que se traduzem em um compromisso prático com a excelência.

Ações que contam histórias:
O texto menciona que cada detalhe, “da escolha dos materiais à concepção dos espaços”, é pensado para contar histórias, despertar sensações e criar experiências únicas. A empresa, portanto, não apenas entrega imóveis, mas proporciona experiências que expressam personalidade e impacto positivo.

Foco na qualificação e excelência:
A iniciativa de capacitar novos profissionais para atuar nos canteiros de obra visa formar equipes preparadas e, ao mesmo tempo, buscar soluções para a escassez de mão de obra. Essa é uma forma de garantir que o alto padrão prometido seja mantido em todas as etapas da construção.

Eu defendo que o branding é a alma da empresa, o alicerce onde a cultura é construída com propósito e intenção.
Ele não deve ser visto apenas como uma ferramenta de marketing externa. Ele é, na verdade, um reflexo do que a empresa é por dentro, construído de dentro para fora, com a cultura servindo como seu motor principal.

Em “O Empreendedor Minimalista”, o autor Sahil Lavingia discute a importância de “construir a casa em que você quer morar”, no sentido de criar uma cultura empresarial forte. Ele afirma que uma cultura sólida é “fundamentada em valores claramente definidos” e que esses valores devem ser “comunicados de forma consistente para manter todos alinhados e responsáveis”.

Para entender como isso acontece, podemos traçar um paralelo com a metafísica e os conceitos de ato e potência.

A potência de uma empresa são seus valores, sua missão e seu potencial de crescimento. Já o ato é a sua cultura, o seu dia a dia e a sua identidade consolidada. O branding é a força que impulsiona essa transição. Através de uma estratégia intencional, ele transforma o potencial de uma marca em uma realidade tangível, palpável para todos, tanto dentro da empresa, entre os colaboradores, quanto fora dela, para os consumidores.

Um bom branding, portanto, potencializa a missão e os valores da empresa em uma história cativante, que se torna a espinha dorsal de sua cultura. Essa história não apenas diferencia a empresa no mercado, mas também unifica a equipe em torno de um propósito único, claro e tangível.

Atrair e reter talentos
Um branding claro, com valores e propósito bem definidos, atua como um filtro natural, atraindo profissionais que se identificam com a missão da empresa. Podemos citar aqui a certificação “Great Place to Work”, um selo que atesta uma cultura forte e que torna as empresas altamente desejáveis, com processos de seleção extremamente concorridos.

Código de conduta
Quando o propósito da empresa é claro, a identidade e a voz da marca servem como um “norte” para a equipe na tomada de decisões.

Manter a coerência na comunicação
Uma cultura interna forte se reflete diretamente na forma como a marca se comunica com o mundo exterior. Quando os funcionários vivem os valores da marca, a comunicação se torna mais autêntica.

E na sua empresa, o branding reflete a cultura?

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